No dia 22 de novembro a Igreja Católica celebra Santa Cecília, a padroeira dos músicos. No Recife havia uma irmandade, bem atuante até as primeiras décadas do século XX, dedicada à Santa Cecília e que, à semelhança de uma corporação de ofício, congregava os músicos da cidade. Para atuar profissionalmente os músicos deveriam se integrar a esta irmandade. As oportunidades de emprego e serviço, principalmente nos ambientes sacros, dependiam do aval da entidade. Esse tipo de controle também era exercido por outras irmandades com relação a outros ofícios, como carpinteiros, sapateiros, etc.
A música sempre teve um espaço significativo no Recife; a principio o lazer estava muito restrito ao espaço das igrejas; mas, a partir mais ou menos da metade do século XIX, os espaços profanos, como teatros e cafés, tornam-se moda; e, com a mudança de hábitos, ampliam-se as oportunidades para os músicos. Nesse processo, a interferência da irmandade também começa a ser questionada, acompanhando o processo de laicização do Estado.
A igreja de Santa Cecília ainda existe, e resiste ao tempo. A singela capela fica no bairro da Boa Vista, em frente à praça Maciel Pinheiro, esquina com a rua da Conceição.
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