sexta-feira, 22 de abril de 2016

Memórias do Impeachment de Fernando Collor e Reflexões sobre a Crise Política Atual: Uma História a ser escrita.


Fui surpreendida esta semana com o seguinte parágrafo, o final de um texto, que informava que muitos deputados presentes no processo de impedimento da Presidenta Dilma votaram também a favor do processo de Fernando Collor, e que muitos deles foram acusados e afastados por corrupção:

“Agora, você pode continuar usando esse argumento em 2016, negando defender o impedimento de Dilma porque ele é arquitetado por políticos corruptos – e ignorando o cenário vivido em 1992. Mas a verdade é que só estará deixando explícito aquilo que todo mundo já sabe: você não leu as páginas dos livros de história que você jura ter monopolizado a leitura”.

O texto é de um tal de Rodrigo da Silva, provavelmente um pseudônimo, editor do Spotniks. Um site de “notícias” [?] explicitamente anti-PT.

Pois bem, e daí que o cenário é semelhante – não igual – ao de 1992? Na verdade, há uma grande diferença entre os dois contextos. Os crimes do Presidente Collor foram gravíssimos; foram crimes mesmo; e não essa questão de pedaladas fiscais que presidentes anteriores e governadores atuais também lançaram mão. Outra coisa, a indignação foi geral; a decisão foi praticamente unânime não só no Congresso, mas entre a população brasileira; e o PT não subiu ao Planalto para governar, ou para se beneficiar de imediato, como está acontecendo hoje com os conchavos que PMDB, PSDB, DEM e Cia Ltda estão empreendendo. O PT, o Lula, esperou o Itamar passar, o Fernando Henrique passar, para, enfim, ocupar PELO VOTO o executivo.

Lembro, que na época do impeachment do Collor eu pouco me envolvi diretamente; além de não ter computador, não havia essa facilidade virtual de redes sociais. Eu dava uma de Mário Sette, que enquanto a Revolução de Trinta rolava nas ruas, ele se recolhia, nos intervalos de seu expediente nos Correios, ao Gabinete Português de Leitura para pesquisar e escrever sobre o Século XIX no Recife. No meu caso, eu me refugiava no Arquivo Público para pesquisar sobre os anos 30 e 40, sobre a Liga Social Contra o Mocambo, a fim de escrever minha monografia. Aproveitava a saída mais cedo do trabalho, e que não haveria aula na faculdade, porque muitos estariam de preto e de cara pintada mostrando sua indignação contra o “caçador de marajás”, para aproveitar o tempo e encaminhar o que mais tarde além de monografia, se desdobraria numa dissertação de mestrado e numa tese de doutorado. Mas, mesmo assim, eu, apesar de não gostar de roupa preta, colocava uma camiseta básica para colaborar com o movimento.

Lembro também que o meu pai ficou muito chateado com toda aquela situação vexatória pela qual estava passando um presidente da República – meu pai era militar reformado da Aeronáutica; serviu por 30 anos, era responsável por redigir o histórico dos militares, conservador, correto. Ele votou no Collor. E eu, desviando-me das orientações familiares, votei no Lula na época. Teve um dia que ele me questionou sobre os meus estudos; surpreso com as minhas tendências políticas. Boa parte do meu interesse pelas décadas de 30, 40 e 50 foi motivado pelo amor ao meu pai; queria conhecer melhor a época em que ele se desenvolveu e viveu a juventude. Ele nasceu em 1925, de tradicional família do sertão pernambucano. Para ele era decepcionante toda aquela situação política. Meu pai viu o resultado da minha monografia, mas, para minha tristeza, partiu para a espiritualidade antes mesmo de eu começar a escrever a dissertação.

Naquela época, décadas de 80 e 90, o PT era pedra, hoje ele é vidraça. E foi o PT, não só ele, que motivou o povo a se manifestar, a buscar seus direitos, a lutar por melhores condições de vida e trabalho, a reivindicar, a reclamar coletivamente. Ainda sob o regime militar, o PT relembrou algo que sempre aconteceu: o “Ganhar as ruas”, os protestos de massa. A manifestação de rua não é exclusividade do período republicano mais recente, é um fenômeno antigo, reincidente na História sob várias motivações.

Lembro que a Profª Edla Soares, numa reunião na Secretaria de Educação por ocasião da Prefeitura sob o governo de João Paulo, afirmou - não necessariamente nessas palavras - sobre, se não me engana a memória, manifestações de professores: “A gente não ensinou a reivindicar, a cobrar, a manifestar opinião?! Então, agora aguentemos!” Enfim, o caminho é buscar o diálogo, a negociação, o entendimento. Lembro que João Paulo (antes de ser prefeito) e Paulo Rubem, por diversas vezes, participaram de nossas assembleias do SIMPERE.

Essa história, sobre o impeachment de Fernando Collor, para nós historiadores especialmente, ainda é muito recente, muito presente, e hoje mais do que nunca. Existem algumas publicações a respeito, creio até que já existem grupos na academia direcionados a estudar de um ponto de vista histórico o período, e mesmo alguns trabalhos monográficos. Estudar, elaborar conhecimento histórico acadêmico, científico, sobre o tempo presente, além da subjetividade estar mais sensível, o envolvimento político e até pessoal é maior, corre-se o risco de não ter acesso a determinadas fontes de informações, ou mesmo ser impedido judicialmente por envolver pessoas ainda vivas; a perspectiva de análise fica comprometida pelo alcance do olhar; nem tudo está escrito, ou registrado de maneira acessível. Se bem que, nas recentes décadas, a multiplicidade de informações em diversos suportes é imensa, mas também mais arriscada, porque nem tudo é confiável, no máximo discutível como representação. Trabalhar com o tempo presente, geralmente, é objeto de análise de sociólogos, antropólogos, cientistas políticos e filósofos, porque os parâmetros de análise são diferenciados do historiador, mas todos lançam mão dos conhecimentos produzidos em História, assim como nós também nos servimos das reflexões das áreas citadas para produzir a historiografia.

A História, geralmente, se resguarda no tempo distante, em falar do que já passou, já morreu, daquilo que dificilmente vai provocar reação reprovativa, embora possa mexer em vespeiros adormecidos. De uns dez anos mais ou menos para cá tenho observado os jovens estudantes de História buscando elaborar conhecimento sobre o período da ditadura militar; a minha geração foi bem diversificada nos interesses, na verdade, que eu lembre, apenas eu, José Maria Neto, Zuleica Dantas e Susan Lewis, da historiografia local, nos debruçamos sobre a Era Vargas, o Estado Novo. Vejo, que daqui uns trinta anos mais ou menos, o questionamento será sobre a Era PT.

Não sei como serão as próximas eleições presidenciais; a possibilidade de Lula concorrer novamente me parece nebulosa - é minha intuição que diz, não a minha razão histórica. - Rsrsrs! - Aparentemente, se as eleições fossem por esses dias Lula ainda ganharia; mas, o desgaste tem sido grande, o resultado ainda pode se dizer imprevisível. O certo é que nossa democracia se vê ameaçada por antidemocratas elitistas, preconceituosos, revoltados diante de tantos direitos sociais, trabalhistas e humanos conquistados pelas ditas minorias. Isso, porque Lula e o PT não fizeram a Revolução Socialista que tantos temiam que fizessem, imaginem se Lula tivesse realmente radicalizado?!...

E, para concluir, quando petistas e companheiros de esquerda alertam aos seus opositores, ou mesmo aos manifestantes que se dizem apartidários, que cuidem de estudar História, vão além do saber detalhes de processos passados, mas de perceber que a justiça social e o regime democrático obtiveram avanços significativos nos últimos treze anos. Devemos avaliar um governo pelo grau de benefício social que ele proporciona a grande maioria da população, como também àquelas minorias sob risco social. Ainda não solucionamos todos os históricos problemas do nosso país, e creio que nunca encontraremos solução plena, mesmo porque a resistência dos poderosos donos dos meios de produção, do capital e da mídia é imensa. E, se Lula e o PT chegaram ao executivo foi porque também a rede de poderosos consideraram que eles poderiam resolver a questão social que se agravava, e promover ações que até então eram paliativos assistencialistas. Agora, chegaram a um limite de tolerância com a esquerda e querem o poder de volta, e, para isso, estão perigosamente se associando ao fascismo renascido, aos fundamentalismos religiosos impertinentes e de interesses pouco cristãos.

Quanto à corrupção, a moralidade e a ética são os pontos de pauta mais importantes nesse nosso momento histórico. É mais do que urgente promovermos esse debate educativo sobre ética e moralidade; não apenas com relação ao governo, mas algo a ser assumido por toda a sociedade. O PT errou, mas não errou sozinho, e muitos dos que se filiaram ao PT, após a vitória nas eleições, foram oportunistas e não compreendiam e nem aceitavam como funcionava o partido. O PT ajudou alavancar muitas candidaturas, muitos governos e economias, especialmente no Nordeste, e, como filhos ingratos, eles agora o abandonam, o criticam e pedem o seu impedimento. O PT nunca prometeu o céu, e sim uma terra do Brasil mais justa e solidária com os mais pobres e marginalizados; infelizmente, os caminhos foram e estão sendo tortuosos e estreitos, becos sem saída surgem a todo momento, assim, ou se retorna e se faz outro caminho, ou se abre a marretadas. O PT está colhendo o que plantou de bom e de ruim. Mesmo assim, ainda é o meu malvado favorito.

Por toda uma história de luta pelas classes trabalhadoras, pelas mulheres, pelas crianças, pelos índios, pelos negros, pelos homossexuais e transexuais, pelos sem terra, pelos sem teto, por todos aqueles que conseguiram apoio nas suas lutas individuais e coletivas, EU voto NÃO ao impeachment de Dilma!

-Profª Drª Zélia de Oliveira Gominho.

Reiniciando as atividades no blog

Por diversos motivos, especialmente a questão tempo disponível, esse blog estava inativo. Vamos tentar agora retomar as postagens. E Viva a História!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulheres de Luta! Uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Pela democracia, pela Constituição, pela paz, por melhores condições de vida e trabalho. Essas mulheres fizeram a diferença em sua época. Belos exemplos para os dias de hoje!






Seguindo a sequência: Adalgisa Cavalcanti, primeira mulher deputada estadual de Pernambuco, comunista eleita em 1947; Cândida Maranhão Otero, militante do Partido Comunista do Brasil, esposa do deputado estadual Leivas Otero, formou-se em Medicina, participou de vários comícios da época, foi candidata à vereadora do Recife, foi locutora da Rádio Moscou; Júlia Santiago da Conceição, primeira mulher vereadora do Recife, eleita pelo Partido Social Progressista (PSP) na primeira eleição para a reabertura da Câmara Municipal do Recife em dezembro de 1947; e, finalmente, Maria de Lourdes Souza, a Lourdinha, eleita a Rainha dos Trabalhadores em 1947-1948, em comemoração ao aniversário de Luis Carlos Prestes e ao sucesso nas eleições, num concurso promovido pelo Jornal Folha do Povo. Lourdinha não era a mais bela, mas a mais querida por ser "uma jovem lutadora democrata", candidata do Comitê Popular Democrático do bairro da Torre.
O Movimento Feminino nas décadas de 40 e 50 foi bastante intenso; as mulheres abriam espaço participando das lutas dos homens, sendo colaboradoras estratégicas e de muito valor, pena que nem sempre lembradas. Onde estão as marcas de batom na história?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Cruz do Patrão

Há pouco tempo fiz um passeio de catamarã pelo Rio Capibaribe e conheci a famosa “Cruz do Patrão”. Registrei em duas fotografias. Aí pensei: “vou escrever um pouco sobre esse monumento”. Fui buscar informações na net e deparei-me com imagens do lugar diferentes daquelas que registrei. Duas mostravam o lugar limpo, capinado, a cerca bem a vista. Encontrei também uma reportagem de Cleide Alves, do Jornal do Commercio de 1998, que falava de um projeto de tornar o monumento acessível à visitação.



Bem, ver, eu vi só de longe e de barco, e mesmo se houver algum acesso livre por terra não deve ser muito seguro. Em maio desse ano de 2011 o mato estava alto e quase não se percebe a cerca em volta da cruz.


Nessa minha pesquisa na internet, encontrei também alguns blogs e sites que destacam as histórias de assombrações do local. Para quem não conhece, no lugar eram sepultados, de forma precária, escravos, segundo relato de Maria Graham, que viu parte dos corpos insepultos; e Gilberto Freyre conta dos rituais de “catimbó” que os negros ali realizavam.

Mas, também encontrei um texto muito bom de um historiador sobre essa “marca colonial” no Recife. Aqui segue o link para os interessados: Marcos Velados na Vida Colonial: A Cruz do Patrão do Recife, de Acácio Lopes Catarino.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Gregório Bezerra e as eleições municipais de 1947: Recife Cidade Base-Militar.

No Domingo 14 de agosto de 2011, na 2ª edição impressa do Jornal do Commercio, saiu uma matéria de duas páginas, da seção “Memórias Políticas”, sobre o relançamento do livro de Memórias de Gregório Bezerra pela Fundação Joaquim Nabuco.


Chamou minha atenção o fato de, entre tantos momentos importantes da vida de Gregório, o jornal não mencionar que, em 1947, Gregório Bezerra se candidatou a prefeito do Recife, e tinha amplas possibilidades de ser eleito. Contudo, o Presidente Eurico Gaspar Dutra, dias antes das eleições, assinava um decreto que estabelecia Recife, Manaus, Belém, Natal, Salvador, Niterói, Angra dos Reis, São Paulo, Santos, Guarulhos, Florianópolis, São Francisco (Santa Catarina), Porto Alegre, Rio Grande, Santa Maria, Gravataí, Canoas e Corumbá “portos e bases militares de excepcional importância para a defesa do país”. Era o tempo da Guerra Fria, Recife havia servido de base aliada durante a Segunda Guerra Mundial, e as eleições para governador e assembleias constituintes do Estado e da Nação, que aconteceram em 02 dezembro de 1945, havia alertado quanto a preferência dos eleitores das principais capitais do país pelos candidatos comunistas.

Recife, segundo o Diário de Pernambuco da época, estava sob o domínio vermelho. Mesmo o PCB na ilegalidade, candidaturas populares (líderes operários e profissionais liberais) recorreram à legenda do Partido Social Progressista (PSP) para serem eleitos para a Câmara Municipal do Recife. De um total de 24 cadeiras, metade foi ocupada por comunistas, ou simpáticos ao movimento; entre os eleitos estava Júlia Santiago da Conceição, líder têxtil, primeira mulher vereadora do Recife.

Apesar da proibição, a campanha de Gregório continuou até o último momento. Logo depois, ele foi preso injustamente, acusado de incendiar instalações de um regimento de infantaria em João Pessoa.

domingo, 15 de maio de 2011

Cidade Vermelha: A Experiência Democrática no Pós-Estado Novo. Recife, 1945-1955.

Gostaria de informar que, graças a Deus, acabo de vencer a última etapa do meu doutorado. Já entreguei à Biblioteca Central da UFPE e a Pós-Graduação em História os exemplares exigidos, impresso e em mídia pdf.

terça-feira, 8 de março de 2011

Em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher, 08 de mar 2011: Marcas de Batom na História de Pernambuco.

Conheci mulheres extraordinárias ao escrever minha tese de doutorado. Não imaginava o quanto a mulher tinha ousado, nas décadas de 40 e 50, para experimentar a modernidade no trajar, nos lazeres, na convivência social, nos esportes, nos estudos e, especialmente, na luta política e nos ideais em prol da humanidade. A ousadia exigia coragem em se diferenciar, em fugir ao padrão de mulher-dona-de-casa-mãe-de-família recatada, submissa e avessa aos assuntos masculinos, imagem tão valorizada à época. Segundo observação de Gilberto Freyre, a mulher até poderia participar da luta pela democracia a “seu modo”, mas que não desviasse a sua atenção dos filhos, dos guisados e dos doces.

A experiência democrática ainda se debatia com os resquícios e persistências ditatoriais e conservadoras. E não só nos referimos ao ambiente da política institucional e partidária, mas dirigimos nosso olhar para a convivência social cotidiana no trabalho e nos lares.

A presença norte-americana no Recife no período da II Guerra influenciou os costumes locais, a ponto de ocorrerem sérios atritos entre soldados e nativos. Acompanhando as tropas aliadas aquarteladas na costa nordestina, houve a implantação de clubes sociais – os USO Town Clubs, ou seja, United Service Organizations, que formavam o Teatro do Atlântico Sul – para oferecerem serviço de acolhimento, entretenimento, apoio e até formação a essas tropas, numa tentativa de reproduzir o ambiente sociocultural de seu país, e, até mesmo, da sua região de origem. Os clubes convocavam mulheres para administrar, ministrar cursos e oferecer todo o apoio necessário para a realização das atividades do clube (recepção, festas, jogos), havia a presença masculina também, mas a feminina era predominante, não só proveniente dos Estados Unidos, como da comunidade local. As voluntárias locais eram chamadas de “sênior hostesses” e “Junior hostesses”.

O problema é que a freqüência a esses clubes era exclusivamente feminina, e tinha como acesso o cartão de sócia, ou o convite oferecido por algum militar ou por jornalista do Diário de Pernambuco, que divulgava os eventos dos clubes. A sociedade tradicional local viu com maus olhos esse intercambio, e as moças foram apelidadas de garota coca-cola, ainda mais pela mocidade sentir a preferência de muitas, até mesmo das prostitutas, pelos gringos aliados.

Mas, muitas dessas moças e senhoras casadas que colaboravam para animação dos clubes participavam oferecendo cursos sobre a cultura local, cantando e dançando em eventos, participando de jogos, como também encenando peças em conjunto com as voluntárias norte-americanas e até mesmo os soldados.

A presença de mulheres ativas na administração dos clubes, assim como, o exemplo daquelas que serviam como WACs, tropa auxiliar de mulheres norte-americanas que trabalhavam especialmente, mas não só, no setor das telecomunicações da guerra, deve ter inquietado as mulheres nordestinas, e incomodado o patriarcalismo ainda insistente na região.

Por outro lado, logo após a guerra encontramos também o movimento feminino de mulheres donas de casa e operárias na luta por condições dignas de trabalho, de vida e de salário, se associando aos embates dos homens pela consolidação da democracia no país e contra o anticomunismo orquestrado pela Guerra Fria. Mulheres como Adalgisa Cavalcanti, primeira deputada estadual de Pernambuco eleita pelo PCB– Constituinte de 1946 -; Júlia Santiago da Conceição, líder têxtil, primeira vereadora eleita do Recife, pelo Partido Social Progressista (PSP)– eleições de outubro de 1947 -; e Cândida Maranhão Otero, esposa do deputado Leivas Otero, que, ainda jovem estudante de Medicina, iniciou sua atividade como militante do PCB participando de muitos comícios como oradora. Ao lado delas várias anônimas criavam pelo estado associações e ligas só de mulheres, dona de casa, de moradores, em prol da democracia, pela paz, em defesa da Constituição.

Nossa história tem marcas de batom e esmalte. É preciso buscar essas marcas femininas , torná-las conhecidas, estudá-las pela experiência de vida e de democracia, que representam.