O Recife é todo esse mosaico de cores, de cheiros e de sons. Nesse desadorado caos urbano, reflexo confuso da fusão violenta de várias expressões culturais, só uma coisa tende a dar um sentido estético, próprio à cidade. [...] É a paisagem natural que a envolve. [...]"
- Josué de Castro, in Documentário do Nordeste, p. 13; publicado pela Brasiliense em 1965, mas o texto é da década de 30 -.
O Recife de Josué de Castro ainda existe. Essa cidade, que completou a incerta data de 472 anos, é multicontrastante; mas é alegre, carnavalesca, apesar da Geografia da Fome e da miséria ainda ser flagrante, acompanhada, como sempre, por um alto índice de criminalidade, de marginalidade.
Se observarmos as notícias das páginas policiais do passado de 70 ou 80 anos atrás com as de hoje, verificaremos que pouca coisa mudou; desde os crimes até a situação de uma polícia truculenta e arbitrária. Casos de sedução de menores - na época não se usava o termo pedofilia, mesmo numa situação violenta o caso é visto como de amor, não de perversão, a expressão sexual não aparece, pelo menos nas leituras que pude observar até o momento; mulheres agredidas, assassinadas por seus companheiros; suicídios por “motivos íntimos”; acidentes recorrentes de transito, principalmente envolvendo os transportes coletivos. As tragédias e os grandes acontecimentos policiais aparecem nos jornais de forma romanceada, novelesca; o texto é trabalhado como uma narrativa sensacional, dramática, pontuado de observações morais.
Algo que podemos observar hoje e que é diverso daquele tempo é o expediente do furto, ação de “descuidistas” nas ruas e nos ambientes domésticos, mais freqüente do que o assalto à mão armada, tão comum hoje em dia; por sinal, as agressões com objetos cortantes, especialmente peixeiras e foices, tomavam lugar do uso atual das armas de fogo. A polícia, na época, era muito mais despreparada e desorganizada do que hoje, e constantemente acusada de agressões a populares, menores trabalhadores, prostitutas, como também, de perseguição a indivíduos por motivos políticos, os chamados “araques”; bem como de se envolver em confusões em bares, a ponto de entrar em conflito com militares das forças armadas, sejam marinheiros de passagem pela cidade, ou até pracinhas que retornavam da guerra.
E apesar de toda a situação urbana desfavorável, como também política, haja vista o dito “perigo vermelho”, o Recife cresceu e se expandiu nas décadas de 30, 40 e 50...
Se observarmos as notícias das páginas policiais do passado de 70 ou 80 anos atrás com as de hoje, verificaremos que pouca coisa mudou; desde os crimes até a situação de uma polícia truculenta e arbitrária. Casos de sedução de menores - na época não se usava o termo pedofilia, mesmo numa situação violenta o caso é visto como de amor, não de perversão, a expressão sexual não aparece, pelo menos nas leituras que pude observar até o momento; mulheres agredidas, assassinadas por seus companheiros; suicídios por “motivos íntimos”; acidentes recorrentes de transito, principalmente envolvendo os transportes coletivos. As tragédias e os grandes acontecimentos policiais aparecem nos jornais de forma romanceada, novelesca; o texto é trabalhado como uma narrativa sensacional, dramática, pontuado de observações morais.
Algo que podemos observar hoje e que é diverso daquele tempo é o expediente do furto, ação de “descuidistas” nas ruas e nos ambientes domésticos, mais freqüente do que o assalto à mão armada, tão comum hoje em dia; por sinal, as agressões com objetos cortantes, especialmente peixeiras e foices, tomavam lugar do uso atual das armas de fogo. A polícia, na época, era muito mais despreparada e desorganizada do que hoje, e constantemente acusada de agressões a populares, menores trabalhadores, prostitutas, como também, de perseguição a indivíduos por motivos políticos, os chamados “araques”; bem como de se envolver em confusões em bares, a ponto de entrar em conflito com militares das forças armadas, sejam marinheiros de passagem pela cidade, ou até pracinhas que retornavam da guerra.
E apesar de toda a situação urbana desfavorável, como também política, haja vista o dito “perigo vermelho”, o Recife cresceu e se expandiu nas décadas de 30, 40 e 50...
"Nesse tempo espalharam pelo interior um boato que o governo tinha criado um ministério para defender os interesses do trabalhador e que com os fiscais da lei, a vida na cidade estava uma beleza, trabalhador ganhando tanto que dava para comer até matar a fome. A família Silva ouviu esta estória acreditou piamente e resolveu descer para a cidade, para gozar das vantagens que o governo bom oferecia aos pobres."
- Josué de Castro. O Ciclo do Caranguejo. in Documentário do Nordeste. -
Nenhum comentário:
Postar um comentário