quarta-feira, 25 de março de 2009

Ameríndios e Afrodescendentes em Movimento.

Conheci o professor Edson Hely Silva não lembro bem se ainda na graduação, mas tenho certeza da época do mestrado. Ele sempre interessado pelos assuntos dos nossos ameríndios, mais do que interessado: participante, engajado no movimento, não só do conhecimento, mas principalmente do direito. À luta dos ameríndios se acrescenta o interesse pela história e pelo direito quilombola, à questões de memória e cidadania relacionadas aos afrodescendentes. Ultimamente recebo por e-mail, através dele, muitas notícias a respeito desses assuntos.
É curioso como sabemos tão pouco a respeito dos nativos do Brasil, e daqueles - os africanos -, que forçados, vieram e ajudaram a construir com sangue, suor e lágrimas esse país. A cultura branca européia se impós, e ainda se impõe; precisamos de leis, e fiscalização dessas leis, para que a história do índio e do negro seja pesquisada, conhecida e difundida; que os direitos fundamentais de todos os humanos sejam garantidos e efetivados independente de cor ou crença. Não há processo natural de reconhecimento, mas sim necessariamente forçado: fruto de muita luta; pressão exercida pelos grupos organizados junto ao governo e a própria sociedade. No entanto, essa luta aparece mais na mídia quando há confrontos sérios. O cidadão urbano fica mais como expectador, poucos se sensibilizam; há um estranhamento, um distanciamento dos problemas que o mundo rural enfrenta; como entender a disputa pela posse de terras? As estratégias de defesa e ataque no meio urbano, especialmente dos grandes centros, se apoiam numa legislação e num aparato de controle que bem ou mal é conhecido e posto em prática; são experiências diversas das vividas no meio rural: terras sem lei, especialmente em algumas regiões do país, onde o povo pobre vive a mercê dos desmandos de latifundiários, e ainda escravagistas.
Nas mensagens que o professor Edson envia identifico várias redes que se unem num só movimento, que reconheço, não só como conquistas do direito à terra, à história, à igualdade social, mas, sobretudo, como um movimento pela dignidade cidadã, pelo direito à vida. Como a Rede ANAI, a Fundação Cultural Palmares, e a Casa da Mémoria Pankararu - http://www.indiosonline.org.br/, entre outras que circulam evidenciando a existência de algo mais do que os problemas urbanos.

Nenhum comentário: