Em 1894 não teve carnaval no Recife

Estava às voltas com a escrita da tese; acertando o texto sobre o Carnaval, quando leio um artigo de Mário Sette, publicado no Jornal Pequeno de 1945. Nesse texto Mário Sette falava sobre o "Carnaval que Não Houve". Durante a Segunda Guerra Mundial todo ano se instalava a polêmica de ser conveniente ou não que se brincasse o carnaval, considerando que soldados brasileiros estavam na frente de batalha da Europa; para muitos era um problema de consciência. Em meio a esse debate, Mário Sette lembra que essa questão do carnaval já era antiga, sendo que antes o argumento é que era uma festa pagã; alguns a consideravam uma festa repugnante, imprópria para um país civilizado. O autor não compartilha das críticas e louva o carnaval pernambucano recordando que o único ano que não teve carnaval foi em 1894, porque a armada e os federalistas haviam se revoltado contra a presidencia de Floriano Peixoto. Um grupo no Recife participou dessa revolta, e por isso o carnaval ficou impedido de acontecer, sendo proibido o uso de máscara e fantasia. Mário Sette era menino na época e sem entender de política demonstra no texto que ficou frustrado; mas, em 1895, Recife fez um carnaval memorável, e nesse artigo Mário Sette relata com detalhes o carnaval que ficou relamente marcado em seu coração de menino.