Nas minhas pesquisas precisei retornar uma pouco no tempo que estou estudando; ao ler o Diário de Pernambuco de maio-junho de 1939 encontro notícias da Palestina, ou melhor, o Império Britânico tentando controlar os conflitos entre árabes e judeus, e deles contra o próprio império. Dois árabes, condenados a morte pelo Tribunal Inglês, são enforcados, e isso causa uma intensa manifestação, que envolveu até mulheres e crianças, resultando em pessoas feridas. Inglaterra, França e Turquia preparam um documento, o "livro branco", que reune a Palestina, a Síria e a Transjordânia num só Estado chefiado por um rei árabe; os três países se comprometem no documento a proteger o novo Estado, assim como também, determinam que parte da Síria seja entregue a Turquia (o antigo território do Sandjak da Alexandria). A insatisfação com esse acordo motivou disturbios; os judeus estabeleceram um programa de manifestações e se colocaram em greve, desfilaram por Jerusalém e o rabino declarou que a Inglaterra não estava sendo fiel na sua missão de libertar Israel, um dos cartazes do desfile dizia: "Nós não nos submeteremos a política do governo e não seremos uma minoria sob o domínio dos árabes". Por outro lado, o orgão nacionalista árabe Al Abran entende o "livro branco" como um acordo evasivo, não oferece nenhuma vantagem aos árabes, apenas os submete à ordem britânica; como também, os árabes não concordam que a Grã-Bretanha reconheça condições para a constituição de um território nacional hebraico e admita ainda a imigração de mais de cem mil judeus, quando 400 mil já se instalaram abusivamente na Terra Santa. Judeus e árabes entram em conflito com os ingleses, e telegramas de hebreus são enviados a Roosevelt em protesto contra a resoluções britânicas, que a opinião pública yankee acusa de simulação e egoísmo. Os judeus buscam se organizar para reagir a esse documento. Enquanto isso, a Segunda Guerra estava sendo preparada, nas vésperas de espocar de vez.
Dia depois retorno à pesquisa, mas dessa vez olho o Diário de Pernambuco de setembro-outubro de 1947. A guerra já havia terminado, mas a impressão que tive a respeito da questão Palestina foi de uma continuidade imediata, quase não se percebe o intervalo de 8 anos. A situação é ruim, e se pressente que algo pior estava por vir. Navios lotados de judeus se dirigem para a Terra Santa, e são interceptados pelos britânicos. Tanto judeus quanto árabes vivem sérios atritos com o Império Inglês. Há uma campanha a favor dos judeus. os ingleses são acusados de antisemitismo, e isso é o mesmo que ser comparado aos nazistas. O que fazer? A história conta que em 1948 foi criado o Estado de Israel. A pressão internacional favoreceu Israel, estado este, não o povo, que atualmente promove o extermínio do povo palestino. O problema não é religioso, o problema não é étnico, o problema é intolerância e ganância.
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